Economia

Após seca recorde, setor elétrico inicia recuperação e conta de luz deve ficar sem taxa extra em quase todo 2025

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Por Agora Caiua

15/12/2024 às 17:13:12 - Atualizado há
Expectativa é de menos picos de calor e mais chuvas durante o verão, que devem ajudar na preservação de reservatórios. Especialistas ouvidos pelo g1 projetam bandeira amarela em agosto e setembro. Divulgação

Divulgação - Torres de transmissão da Itaipu. - Edino Krug/Itaipu Binacional

Depois da seca recorde em 2024, o setor elétrico começa a se recuperar com o retorno do período chuvoso. A expectativa é que o clima mais ameno em 2025 ajude a manter a conta de luz sem taxas extras durante a maior parte do ano.

Segundo especialistas consultados pelo g1, a perspectiva é que o próximo ano tenha menos picos de calor e mais chuvas durante o verão.

Isso deve exigir menos do sistema elétrico, o que leva à manutenção da bandeira tarifária no patamar verde na maior parte do próximo ano.

????O sistema de cores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) sinaliza as condições de geração de energia.

????Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras. Por isso, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.

"A nossa expectativa é de bandeira verde o ano todo, com exceção de agosto e setembro, que vai para a amarela. Tirando esses dois meses que vai para amarela, é um ano que por enquanto está mostrando bandeira verde em todos os períodos", afirmou a diretora de Regulação e Estudos de Mercado da consultoria Thymos Energia, Mayra Guimarães.

A especialista afirma que agosto e setembro devem ter bandeira amarela (com taxa extra) por conta do período seco, com o acionamento de usinas termelétricas para suprir os picos de demanda.

Recuperação dos reservatórios

Bandeira tarifária vai passar de amarela para verde, em dezembro

O sócio-diretor e meteorologista da consultoria Nottus, Alexandre Nascimento, afirma que as chuvas na segunda quinzena de dezembro devem ajudar a aumentar os níveis de armazenamento do Sistema Interligado Nacional (SIN). Segundo ele, é um movimento de recuperação.

"Boa parte do solo brasileiro, principalmente onde estão os principais reservatórios, funcionam como uma esponja. Então, as primeiras chuvas funcionam para ir selando o solo, para depois receber as chuvas que vêm adiante, e aí depois qualquer pancadinha já repleciona o reservatório", declarou.

Nascimento explica que, em 2025, deve-se formar um La Niña de baixa intensidade. Esse fenômeno climático geralmente está associado a chuvas acima da média no Norte e Nordeste e abaixo da média no Sul.

Contudo, para o meteorologista, um La Niña com menos intensidade e mais curto não deve implicar seca no sul do país.

A consequência é um clima mais ameno, com menos ondas de calor como as de 2023. Isso ajuda o setor elétrico por dois motivos:

menos consumo associado ao calor (como uso de aparelhos de ar-condicionado e de refrigeração);

menos perda de água por evaporação nos reservatórios das hidrelétricas.

Seca histórica

Em 2024, quando o país registrou uma das piores secas da história, a Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) decretou situação crítica de escassez hídrica em cinco bacias hidrográficas:

rio Paraguai;

rio Madeira;

rio Purus e seus afluentes;

trecho baixo do rio Tapajós;

rio Xingu.

A diretora presidente da ANA, Veronica Sánchez, afirma que já observa uma melhora no nível dos rios Madeira, Purus, Tapajós e Xingu.

"A curva começou a se inverter e já está crescendo, vamos dizer assim, na velocidade que se espera do rio. Lembrando que eles estavam no ponto mais baixo porque esse ano foi a pior seca de todos os rios do Norte", declarou.

Os rios Madeira e Xingu abrigam grandes hidrelétricas que respondem por boa parte do suprimento de energia do país, como Belo Monte, Santo Antônio e Jirau. Para os dois rios, a ANA vê uma tendência de recuperação dos volumes.

Usina Hidrelétrica Belo Monte, no Pará.

Norte Energia

Além disso, por causa da seca, a agência modificou as autorizações de vazão das usinas de Jirau e Belo Monte, permitindo que as usinas gerem energia com mais flexibilidade.

"Foram duas decisões importantes nesse período seco para permitir que as usinas não parassem, no caso do rio Madeira e Belo Monte, e continuassem gerando energia para atender ao sistema sem interrupções", explicou.
Fonte: G1
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