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Procuradoria-Geral de Justiça classificou o comentário como 'afrontoso e pseudo-intimidador'. Fórum da Comarca de Pirapozinho (SP)Arquivo/g1Uma sessão de julgamento que era realizada pelo Tribunal do Júri no Fórum da Comarca de Pirapozinho (SP) foi encerrada nesta sexta-feira (8) após os advogados da defesa deixarem o plenário. Em nota oficial enviada ao g1, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informou que foi determinada a expedição de ofício à Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) comunicando o "abandono injustificado" do plenário.???? Participe do Canal do g1 Presidente Prudente e Região no WhatsAppO procurador-geral de Justiça do Estado de São Paulo, Paulo Sérgio de Oliveira e Costa, emitiu uma nota pública em defesa da atuação do promotor de Justiça Yago Lage Belchior, que trabalha na Comarca de Pirapozinho.Segundo o relato apresentado pelo chefe do Ministério Público do Estado de São Paulo (MPE-SP), um advogado, conversando com seu assistente, disse em plenário que daria uma "surra" no promotor de Justiça Yago Lage Belchior, durante a realização do julgamento pelo Tribunal do Júri no Fórum de Pirapozinho."O comentário afrontoso e pseudo-intimidador foi ouvido pela juíza que dirigia os trabalhos, que acabou multando os defensores por litigância de má-fé. Isso após eles se retirarem de plenário e impedir o prosseguimento do julgamento", detalhou Oliveira e Costa.Segundo o procurador-geral de Justiça, "o comentário caracteriza-se como afrontoso na medida em que joga por terra os princípios da civilidade e lhaneza que devem imperar entre aqueles que integram o sistema de Justiça".Além disso, segundo Oliveira e Costa, também "caracteriza-se como pseudo-intimidador na medida em que o seu efeito sobre o intimorato membro do MPSP é nulo".Veja abaixo a íntegra da nota pública:"NOTA PÚBLICAEm defesa de atuação do promotor do Júri Yago Lage BelchiorMais uma vez, esta Procuradoria-Geral de Justiça vê-se impelida a externar o seu repúdio ao comportamento de patronos de réus levados às barras do Tribunal do Júri para responder pelo crime de homicídio. Nesta sexta-feira (8/11), um advogado, conversando com seu assistente, disse em plenário que daria uma 'surra' no promotor de Justiça Yago Lage Belchior. O comentário afrontoso e pseudo-intimidador foi ouvido pela juíza que dirigia os trabalhos, que acabou multando os defensores por litigância de má-fé. Isso após eles se retirarem de plenário e impedir o prosseguimento do julgamento. O comentário caracteriza-se como afrontoso na medida em que joga por terra os princípios da civilidade e lhaneza que devem imperar entre aqueles que integram o sistema de Justiça. E caracteriza-se como pseudo-intimidador na medida em que o seu efeito sobre o intimorato membro do MPSP é nulo. Assim, deve ficar claro que o promotor da Comarca de Pirapozinho, como seus colegas das outras comarcas do Estado, não vai retroceder um só milímetro na sua missão de proteger o bem jurídico mais valioso que existe: a vida. E para tanto todos eles contam com o irrestrito apoio do subscritor desta nota!São Paulo, 8 de novembro de 2024PAULO SÉRGIO DE OLIVEIRA E COSTAPROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA".OAB-SPA reportagem do g1 solicitou um posicionamento oficial da Ordem dos Advogados do Brasil no Estado de São Paulo (OAB-SP) sobre o assunto e, em resposta, por meio de nota do Tribunal de Ética e Disciplina (TED), a instituição informou que "apura toda e qualquer infração que chegue a seu conhecimento por intermédio de representação ou diante de fato divulgado em canais de comunicação"."Por força do artigo 72, parágrafo 2º, da lei federal 8.906/94, os processos são sigilosos e não permitem qualquer divulgação de providências eventualmente adotadas, nem mesmo acerca de sua instauração, sendo que o sigilo vigora até que haja decisão condenatória irrecorrível que tenha penalizado o(a) advogado(a) com suspensão ou exclusão dos quadros da OAB", salientou.O Regimento Interno do TED pode ser acessado pelo link na internet.TJ-SPO g1 também solicitou um posicionamento oficial do TJ-SP sobre o assunto.Também por meio de nota, a corte paulista informou que a sessão do júri na Comarca de Pirapozinho, que teve início na quinta-feira (7), foi encerrada nesta sexta-feira (8) após os advogados da defesa deixarem o plenário.Ainda segundo o TJ-SP, foi determinada a expedição de ofício à OAB comunicando o "abandono injustificado" do plenário.VÍDEOS: Tudo sobre a região de Presidente PrudenteVeja mais notícias em g1 Presidente Prudente e Região.