Portuguesa de Aveiro, ela se naturalizou brasileira e virou referência no pensamento desenvolvimentista. Foi professora da UFRJ e da Unicamp, deputada federal e conselheira do PT. Morre a economista Maria da Conceição Tavares
A economista Maria da Conceição Tavares morreu em Nova Friburgo, Região Serrana do Rio de Janeiro, na manhã deste sábado (8). Nascida em Aveiro, Portugal, ela era brasileira naturalizada e tinha 94 anos.
Maria da Conceição foi deputada federal entre os anos de 1995 e 1999 e professora de economia na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e na Universidade de Campinas (Unicamp).
Também foi conselheira do Partido dos Trabalhadores (PT) e ganhou prêmios como escritora.
A causa da morte não foi divulgada.
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A economista Maria da Conceição Tavares, em foto de 2016
Fernando Frazão/Agência Brasil
Amigos dela disseram ao g1 que Maria da Conceição "convivia com as vulnerabilidades da idade".
Vida e trajetória
Portuguesa de Aveiro, Tavares se naturalizou brasileira e virou referência no pensamento desenvolvimentista.
Em 1998, venceu o Prêmio Jabuti na categoria Economia por sua significativa contribuição ao pensamento econômico no Brasil.
Foi deputada entre 1995 e 1999 pelo Partido dos Trabalhadores (PT ) no Rio de Janeiro.
Era defensora ferrenha do desenvolvimento com justiça social. Em 1995, no seu primeiro ano de mandato como deputada, Tavares deu uma entrevista para a "Roda Viva" que repercute até hoje nas redes sociais.
"Uma economia que diz que precisa primeiro estabilizar, depois crescer, depois distribuir, é uma falácia, e tem sido uma falácia. Nem estabiliza, cresce aos solavancos e não distribui. E esta é a história da economia brasileira desde a pós-guerra", disse ela.
Em 2012, ganhou o Prêmio Almirante Álvaro Alberto para Ciência e Tecnologia de 2011 da então presidente Dilma Roussef.
Repercussão
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lamentou a morte de Maria da Conceição.
"Tive o prazer e a honra de conviver e conversar muito com minha amiga ao longo dos anos, debatendo o Brasil e os nossos desafios sociais e econômicos no Instituto Cidadania, em conversas no Rio de Janeiro ou em viagens pelo Brasil."
Márcio Porchmann, presidente do IBGE, disse que Maria da Conceição "deixa uma trajetória exemplar de educadora engajada no que de melhor o pensamento crítico gerou no Brasil".
"Intelectual comprometida com a transformação nacional ousou diuturnamente enfrentar a ditadura civil-militar, constituindo parte integrante do movimento da democratização do país."