Pecuária

Uruguai barra compra da Marfrig pela Minerva

A Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodec), vinculada ao Ministério da Economia e Finanças (MEF) do Uruguai, rejeitou na quinta-feira a compra da Marfrig

Por Redação

17/05/2024 às 12:03:14 - Atualizado há
Foto: Poder360
A Comissão de Promoção e Defesa da Concorrência (Coprodec), vinculada ao Ministério da Economia e Finanças (MEF) do Uruguai, rejeitou na quinta-feira a compra da Marfrig pela Minerva, atendendo ao pedido de produtores e dirigentes políticos que alertavam sobre a concentração da empresa de origem brasileira no mercado de abate de gado do Uruguai.
Em fevereiro, a Defesa da Concorrência havia decidido passar para uma segunda etapa de análise da concentração econômica, que, segundo um estudo, poderia chegar a até 45% do abate uruguaio. No entanto, nesta quinta-feira, a Coprodec respondeu negativamente, conforme informado pelo Telenoche. A decisão foi conhecida de forma extraoficial, e agora tanto a Minerva quanto a Marfrig têm um prazo de 10 dias para apresentar seus argumentos, antes de um parecer que deve ser divulgado na próxima semana.
Entre as muitas vozes do setor agropecuário que se opuseram à operação, destaca-se a do presidente do Instituto Nacional de Carnes (INAC), Conrado Ferber. Ele antecipou que o órgão contava com "um respaldo técnico" e advertiu: "Há uma quantidade de prós e contras, mas os contras são muito maiores". Ferber considerou que a compra "não contribui para um mercado que, em nosso país, é bastante claro e equilibrado", ao afirmar que, se concretizada a iniciativa, "seria absolutamente distorcida e um risco no principal negócio do país".
Vários dirigentes políticos manifestaram-se contra a aquisição. Inclusive, embora tenha evitado se pronunciar de maneira definitiva, o presidente Luis Lacalle Pou admitiu que tem sua própria opinião, mas que aguardaria a definição da Coprodec. "Se seu parecer for uma zona cinzenta, haverá algo de discricionariedade por parte do governo", reconheceu.
O ministro da Pecuária, Agricultura e Pesca, Fernando Mattos, também expressou sua preocupação, apesar de pedir "respeito às regras", em alusão à independência do órgão vinculado ao MEF.
Do lado do Frente Amplio, o pré-candidato presidencial Yamandú Orsi afirmou que "apesar do contexto eleitoral, este ano o governo tem que tomar decisões, e evitar a concentração da indústria frigorífica é uma delas".
"Se o presidente decidir impedir, não hesitarei em apoiá-lo", afirmou o ex-intendente de Canelones, recebendo o apoio do ex-presidente José Mujica. "Foi muito bem dito para que o presidente não sinta que vamos criticá-lo se defender essa posição", explicou, destacando: "Podemos discordar em muitas coisas, mas às vezes também podemos concordar".
Fonte: scotconsultoria.com.br
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