Presidente americano também falou sobre tarifas para o setor farmacêutico e que analisa uma eventual ajuda ao setor automotivo. Trump encontra o presidente de El Salvador Nayib Bukele no Salão Oval, na Casa Branca, em Washington, D.C., nos Estados Unidos
Reuters/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a falar sobre sua guerra tarifária com a China nesta segunda-feira (14) e disse que o país asiático está se reunindo com o Vietnã para descobrir "como prejudicar os EUA".
A afirmação foi feita em meio a uma reunião do presidente americano com Nayib Bukele, presidente reeleito de El Salvador.
Mais cedo, circulou a notícia de que o presidente da China, Xi Jinping, começou uma viagem ao Sudeste Asiático nesta segunda para fortalecer as relações comerciais e diplomáticas com os países da região.
O primeiro destino do líder chinês foi, inclusive, o Vietnã, país para onde muitas empresas chinesas migraram sua produção para evitar as tarifas americanas no passado.
"Eu não culpo a China; eu não culpo o Vietnã", disse Trump a repórteres no Salão Oval da Casa Branca. "Vejo que eles estão se reunindo hoje... é uma reunião adorável. Uma reunião como se estivessem tentando descobrir 'como podemos ferrar com os EUA."
Trump também declarou que "tudo o que tem que fazer é impor tarifas". O presidente também falou mais especificamente sobre impor tarifas sobre os produtos importados do setor farmacêutico, dizendo que essa medida deve acontecer "em um futuro não tão distante".
Por outro lado, ele disse que está estudando formas para "ajudar as companhias de carros". Isso porque, mesmo com grandes empresas originárias dos EUA, como GM e Ford, 46% de todos os veículos vendidos no país em 2024 foram importados, segundo a Standard & Poor's.
Algumas companhias do setor automotivo, inclusive, já suspenderam as exportações de veículos para os EUA, como a Audi e a Jaguar Land Rover.
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Entenda a guerra tarifária entre China e EUA
A guerra tarifária entre as duas maiores economias do mundo se intensificou na semana passada, após o anúncio das tarifas recíprocas prometidas pelo presidente americano, Donald Trump.
No dia 2 de abril, Trump detalhou a tabela das tarifas, que vão de 10% a 50% e serão cobradas, a partir desta quarta, sobre mais de 180 países.
A China foi um dos países que foi tarifado — e com uma das maiores taxas, de 34%. Essa taxa se somou aos 20% que já eram cobrados em tarifas sobre os produtos chineses anteriormente.
Como resposta ao tarifaço, o governo chinês impôs, na sexta (4), tarifas extras de também 34% sobre todas as importações americanas.
Os EUA decidiram retaliar a resposta, e Trump deu um prazo para a China: ou o país asiático retirava as tarifas até as 13h (horário de Brasília) de terça-feira (8) ou seria taxado em mais 50 pontos percentuais, levando o total das tarifas a 104%.
A China não recuou e ainda afirmou que estava preparada para "revidar até o fim".
Cumprindo a promessa de Trump, a Casa Branca confirmou a elevação em mais 50% das tarifas sobre os produtos chineses. O presidente americano disse, porém, que acreditava que a China chegaria a um acordo com os EUA para evitar mais tarifas.
A resposta chinesa veio na manhã de quarta-feira (9): o governo elevou as tarifas sobre os EUA de 34% para 84%, acompanhando o mesmo percentual de alta dos EUA.
No mesmo dia, Trump anunciou que daria uma "pausa" no tarifaço contra os mais de 180 países que foram taxados com tarifas que variam de 10% a 50%. Essa pausa é, na verdade, uma redução de todas as tarifas para 10% por um prazo de 90 dias. Tarifas específicas já em vigor, como as de 25% sobre aço e alumínio, não são afetadas pela medida — e continuam valendo.
A exceção, porém, foi a China. Trump anunciou mais uma vez a elevação de tarifas sobre os produtos chineses, para 125%. Na quinta (10), a Casa Branca explicou que as taxas de 125% foram somadas a outra tarifa de 20% já aplicada anteriormente sobre a China, resultando numa tarifa total de 145%.
Como resposta, nesta sexta-feira (11) os chineses elevaram as tarifas sobre os americanos para 125%.
*Com informações da agência de notícias Reuters