Economia

'Causaria estranheza', diz Haddad sobre eventual taxação adicional dos EUA contra o Brasil

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Por Agora Caiua

01/04/2025 às 13:28:22 - Atualizado há
Presidente dos EUA, Donald Trump prometeu anunciar tarifas adicionais sobre outros países na quarta. Atualmente, Brasil já sofre efeitos de taxação adicional sobre aço e alumínio. Fernando Haddad durante cerimônia de abertura dos Diálogos Econômicos Brasil-França

Divulgação/Ministério da Fazenda

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta terça-feira (1º) que uma eventual taxação adicional dos Estados Unidos sobre os produtos brasileiros "causaria estranheza" – uma vez que a relação comercial é superavitária para os norte-americanos.

???? Ou seja: atualmente, os Estados Unidos exportam mais para o Brasil do que importam, em valor agregado. No comércio internacional, isso representa uma posição favorável para os EUA.

"Nos causaria até certa estranheza se o Brasil sofresse algum tipo de retaliação injustificada, uma vez que nós estamos com uma mesa de negociação desde sempre com aquele país justamente para que a nossa cooperação seja cada vez mais forte", disse Haddad em entrevista a jornalistas na França.

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prometeu anunciar tarifas recíprocas para seus parceiros comerciais nesta quarta-feira (2). A data tem sido chamada pelo republicano de "Dia da Libertação".

Incertezas com tarifas recíprocas de Trump mexem com o mercado; Bruno Carazza comenta

Os detalhes sobre essa rodada de impostos ainda não estão claros.

Em fevereiro, Trump anunciou que adotará tarifas recíprocas e usou o etanol brasileiro como exemplo de disparidade entre taxas de importação.

"A tarifa dos EUA sobre o etanol é de apenas 2,5%. No entanto, o Brasil cobra uma tarifa de 18% sobre as exportações de etanol dos EUA. Como resultado, em 2024, os EUA importaram mais de US$ 200 milhões em etanol do Brasil, enquanto exportaram apenas US$ 52 milhões em etanol para o Brasil", diz o documento da Casa Branca.

Após encontro com o ministro das Finanças francês, Éric Lombard, Haddad disse que a partir desta quarta-feira (2) o mundo vai entender melhor o que os Estados Unidos pretendem fazer.

Contudo, segundo Haddad, as medidas protecionistas do país podem prejudicar a economia mundial.

"O mundo corre o risco de crescer menos, de aumentar menos a produtividade de sua economia, e não podemos nesse momento prever quais seriam as reações do mundo a essa política uma vez que sequer conhecemos aquilo que será anunciado", declarou.

Lula critica medidas dos EUA

Na última semana, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar as tarifas já anunciadas contra o aço e alumínio.

Em entrevista no Japão, Lula afirmou que taxará produtos americanos se o recurso do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) não resolver a situação. O presidente, no entanto, não informou quando o Brasil formalizará a medida.

"No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite", disse.

Lula afirma que Brasil tenta negociar com os EUA a respeito do tarifaço de Trump

Veja algumas outras taxas já anunciadas por Trump:

Tarifa de 25% sobre qualquer país que importe petróleo e/ou gás da Venezuela;

Tarifas adicionais de 20% sobre a China;

Tarifas sobre medicamentos farmacêuticos importados, ainda a serem definidas;

Tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, já em vigor desde 12 de março;

Tarifas de 25% sobre algumas das importações vindas do México e do Canadá e que não se enquadrem no USMCA (acordo comercial que existe entre os três países). Essas tarifas também passarão a valer em 2 de abril.
Fonte: G1
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