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Previsão tem como base pesquisa que prevê crescimento gradual da frota de veículos eletrificados, que inclui carros 100% elétricos e todos os sistemas híbridos. Jeep Compass 4xe híbrido carregandoDivulgaçãoA Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) projeta que dois terços das vendas de veículos novos no Brasil serão de carros eletrificados até 2035. O dado foi apresentado nesta sexta-feira (27), com base em pesquisa feita pela consultoria Boston Consulting Group (BCG) a pedido da associação. O levantamento aconteceu durante o primeiro semestre deste ano e teve como base diretores executivos (CEOs) e líderes de montadoras no Brasil. Também foram consultados 3 mil consumidores e 40 clientes em todas as regiões do país.Entre os eletrificados estão os totalmente elétricos ou com algum sistema híbrido de propulsão. No ano que vem, a categoria representará cerca de 13% das vendas.Antes de explicar o setor, é importante relembrar quais são os sistemas de carros híbridos:Híbrido leve (MHEV): onde a bateria pode ser utilizada para dar suporte ao motor em arrancadas, ou para suprir a carga elétrica do ar-condicionado e outros itens, reduzindo assim o consumo de combustível. Por aqui o carro consome, em média, 13 km/l.Híbrido pleno (HEV): os carros com este sistema utilizam motor elétrico para tracionar as rodas, contam com baterias maiores e o consumo de combustível é ainda menor. Não é raro encontrar veículos híbridos marcando números próximos de 20 km/l.Híbrido plug-in (PHEV): estes veículos utilizam baterias ainda maiores e podem trafegar em modo 100% elétrico. Os modelos trazem autonomia entre 30 e 120 km sem utilizar combustível, mas todos precisam recarregar a energia em eletropostos para alcançar estes números, economizando gasolina ou etanol. No modo híbrido, estes veículos podem alcançar consumo superior aos 40 km/l.LEIA MAISCarro usado: saiba 6 pontos muito importantes para verificar antes da compraPor que os EUA decidiram avançar com o banimento de importação de carros chinesesLeilão de veículos do Detran-SP tem Civic mais barato que iPhone e moto por R$ 700; veja a listaComo está (e como ficará) a divisãoEstes dados consideram apenas as vendas de carros zero km, mas a Anfavea prevê que mesmo em 2040 os carros a combustão circulando no Brasil (independentemente do ano de fabricação) ainda serão a maioria:Motor flex (etanol e gasolina): 40%;Motor totalmente elétrico: 9%;Híbrido leve: 8%;Híbrido pleno: 7%;Motor somente a gasolina: 3%;Motor somente a diesel: 3%;Híbrido plug-in: 2%.Anfavea reconhece obstáculos para este crescimentoPara atender este crescimento na frota de carros totalmente elétricos e os híbridos plug-in, a infraestrutura de recarga precisa seguir também em expansão. Segundo dados da Bright Consulting, divulgados em abril deste ano, o Brasil dispõe de 4.230 pontos de recarga públicos.Deste total, a grande maioria (1.121) está localizada no estado de São Paulo e isso representa 26,5% de todo leque de opções do país. Segundo a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE), já são cerca de 78 mil veículos elétricos circulando no país e com este número temos mais de 18 carros para cada ponto de recarga disponível no Brasil."A gente tem um grande desafio, que é a infraestrutura no Brasil. Hoje cerca de 90% dos proprietários de carros elétricos fazem as recargas em casa", diz Luiz Carlos Moraes, vice-presidente da Anfavea."Por outro lado, a indústria vem desenvolvendo novas tecnologias de recarga mais rápida e baterias maiores, que podem estimular a segurança dos novos consumidores."Outro ponto que precisa mudar para acomodar o crescimento do mercado é a fabricação. "Para o volume de novos carros vendidos até 2030 e também 2040, não é possível trabalhar apenas com importação. O Brasil não tem sequer divisas financeiras para segurar a balança comercial, nem mesmo com o agro crescendo como cresce", diz o executivo.Ainda não existe uma grande fábrica criando carros elétricos no Brasil. Cláudio Sahad, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), acredita que mesmo com a instalação da primeira planta, a produção só deve alcançar seu ápice dois anos após a inauguração.Por outro lado, em ônibus este cenário já é mais favorável. Exemplos são a BYD fabricando em Campinas (SP) e Mercedes-Benz em São Bernardo do Campo (SP), além de outras marcas como Scania e Eletra.Moraes comenta que esta é uma produção em escala muito menor, quando comparada ao esperado para os carros elétricos e híbridos.Como trocar o filtro de ar?