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VÍDEO: Ameaçados de extinção, anta e filhote são flagrados passeando no Parque Estadual do Morro do Diabo

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Momento foi filmado por uma funcionária do local, neste domingo (23). Anta e filhote são flagrados passeando no Parque Estadual Morro do Diabo

Uma anta brasileira (Tapirus terrestris) e seu filhote foram flagrados neste domingo (23) passeando pelo Parque Estadual Morro do Diabo, em Teodoro Sampaio (SP) (veja no vídeo acima).

Os vídeos foram feitos por uma funcionária que trabalha na portaria do local. Nas imagens é possível ver a anta e o filhote ao lado andando na área de lazer.

O ambientalista e presidente da Associação em Defesa do Rio Paraná, Afluentes e Mata Ciliar (Apoena), Djalma Weffort, disse ao g1 que o registro é uma importante ferramenta de educação ambiental, além de representar a relação carinhosa entre uma mãe e o filho.

"A gravação do vídeo representa, em primeiro lugar, um flagrante de momento de ternura em que o filho acompanha a mãe dando passos mais apressados para não se atrasar na caminhada. É um exemplo da natureza de que a vida silvestre precisa dos nossos esforços para sua proteção. Representa uma relação de amor entre mãe e filho, da mesma forma como ocorre na vida de um gatinho, cachorrinho e demais animais domésticos. A importância do vídeo também é uma eficiente ferramenta de educação ambiental", enfatizou Djalma.

Ainda conforme o ambientalista, a caminhada dos animais silvestres próximo a sede da vigilância do parque mostra que eles aparentam não ter medo do local devido a boa relação com os seres humanos ali.

"Mostra também a importância de termos atitudes naturais e não hostis com a fauna silvestre. Repare que ela estava próximo da sede da vigilância do Morro do Diabo, e parece que sabia que não seria molestada nem perseguida", disse ao g1.

A espécie

Nome popular: anta.

Nome científico: Tapirus terrestris.

Família: Tapiridae.

Ordem: Perisodactyla.

Distribuição: Venezuela, Colômbia, Paraguai, norte da Argentina, leste dos Andes e Brasil.

Habitat: florestas densas ou abertas, primárias ou alteradas e mesmo cerradões e cerrados.

Alimentação: ramos jovens, galhos, gramíneas, plantas aquáticas, cascas de árvores, folhas de palmeiras, de arbustos e de árvores, mas também consomem uma quantidade substancial de frutos (ex.: cajá, jamelão, açaí, dendê).

Reprodução: o período de gestação dura de 335 a 439 dias. Gera um filhote por gestação, que nasce listrado para se camuflar, acompanhando a mãe o tempo todo durante 18 meses a dois anos.

Características: a anta é o maior mamífero herbívoro do Brasil. Durante o dia, permanece entre a vegetação da floresta. Ao anoitecer, o animal emerge para ir em busca de alimento nas matas e nos pastos. Desempenha papel de dispersor de sementes. Normalmente toma banhos, tanto de água quanto de lama, que ajudam a se livrar dos parasitas de sua pele. A anta pode medir até 2 metros de comprimento, com um peso que varia de 150 a 250 quilos. A altura vai de 77 a 108 centímetros, o comprimento da cauda é de 8 centímetros, além de ter um focinho alongado com uma pequena tromba. As pernas são curtas e geralmente negras. O pelo é uniforme, a coloração mais comum é marrom acinzentado, a face é geralmente mais clara. Essa espécie utiliza um curso d'água, uma lagoa ou mesmo grandes poças para se refrescar e se esconder. No mundo, existem apenas quatro espécies do mesmo gênero Tapirus.

Anta e filhote são flagrados passeando no Parque Estadual Morro do Diabo

Flavia Perosso

'Jardineira das florestas'

Conforme informações do Instituto de Pesquisas Ecológicas, a anta é o maior mamífero terrestre da América do Sul e sua presença é essencial para a formação e manutenção da biodiversidade dos habitats em que ela ocorre.

Herbívoros, esses mamíferos se alimentam de grandes quantidades de frutos de diversas espécies vegetais e são excelentes dispersores de sementes, motivos que a levam a ser conhecida como "jardineira das florestas".

Esses animais enfrentam inúmeras ameaças que a deixam em sério risco de extinção, como perda e fragmentação de habitat, incêndios, atropelamentos em rodovias, caça ilegal e contaminação por pesticidas.

De acordo com o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a espécie está em perigo nas regiões de Mata Atlântica, bioma predominante no Oeste Paulista.

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Ameaçadas

Um estudo científico revelou que quase 100% das populações ainda existentes da anta brasileira na América do Sul correm risco de desaparecer no futuro próximo.

A conclusão é do estudo intitulado "The distribution and conservation status of Tapirus terrestris in the South American Atlantic Forest" e publicado na revista "Neotropical Biology and Conservation".

Os pesquisadores envolvidos alertam para a urgência da implementação de medidas que possibilitem o restabelecimento da conectividade entre as 48 populações identificadas, de forma a viabilizar a conservação da espécie no longo prazo.

Atualmente, a espécie ocupa apenas 1,78% de sua distribuição original no bioma Mata Atlântica (encontrado no Brasil, Argentina e Paraguai), o que representa uma grande ameaça para o maior mamífero terrestre da América do Sul.

As informações são do artigo assinado por Kevin Flesher, pesquisador do Centro de Estudos da Biodiversidade, Reserva Ecológica Michelin, Bahia, e Patrícia Medici, coordenadora da Iniciativa Nacional para a Conservação da Anta Brasileira (INCAB), projeto do Instituto de Pesquisas Ecológicas (IPÊ), e presidente do Tapir Specialist Group (TSG) da International Union for Conservation of Nature (IUCN), Species Survival Commission (SSC).

Entre as áreas estudadas, está o Pontal do Paranapanema, região que abriga o Parque Estadual do Morro do Diabo e a Estação Ecológica do Mico-leão-preto, no extremo oeste do Estado de São Paulo. As matas são moradias de pequenas populações de antas que vivem sob riscos diários, como a caça e o atropelamento.

Em 2023, a estimativa era de que os limites do parque abrigavam cerca de 130 indivíduos em uma área "relativamente pequena", de 370 km².

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