As perdas em áreas inundadas no setor agropecuário no Rio Grande do Sul chegam a cerca de R$ 3 bilhões,
informou o economista-chefe da Federação da Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), Antônio da Luz,
em coletiva de imprensa ontem. Esse valor não inclui perdas com máquinas e infraestrutura. "O excesso de chuvas.
faz com que as perdas continuem acontecendo, não sabemos o valor final porque ainda estão ocorrendo perdas em
termos de produto", explicou.
O presidente da Farsul, Gedeão Pereira, pediu ao governo que suspenda as dívidas para que os produtores
possam se recuperar, considerando que já houve quebras em anos anteriores devido a problemas climáticos. "Nós
Vínhamos de duas renegociações das safras passada e retrasada, quando deixamos de colher 30 milhões de
toneladas de grãos", disse Pereira. "Precisamos de medidas excepcionais para uma condição excepcional, para
que os produtores tenham a capacidade de pagamento diluída ao longo do tempo e possam acessar novos.
créditos", acrescentou.
Pesquisa do Movimento SOS Rio Grande do Sul revela que o endividamento de 347 produtores entrevistados soma
R$ 467,68 milhões, com uma média de R$ 1,392 milhão por produtor, a maioria de médio porte. Cerca de 550
agricultores participaram da pesquisa, abrangendo 33.649 hectares. A soja foi a cultura mais afetada, com 46% da
área atingida (15,47 mil hectares), seguida pelo arroz com 13% (4.495 hectares), trigo com 6% (2,1 mil hectares) e
laranja com 1% (40 hectares). Outros cultivos representam 35% ou 11.584 hectares.
Na criação de animais, 94% do total de 23.615 eram bovinos (22.135), 5% ovinos (1.200) e 1% suínos (280).
