O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, disse estar confiante na ampliação do número de frigoríficos brasileiros habilitados para exportar cames para a China. Ele informou que novas auditorias serão realizadas pelos chineses, com a intenção de formar lotes de plantas, agilizando o processo.
Em março, a Administração-Geral de Alfândegas da China (GACC) autorizou 38 frigoríficos brasileiros, um recorde de aprovações em uma única vez. A expectativa é que essa medida aumente em R$ 10 bilhões o faturamento das exportações de proteínas animais do Brasil para a China.
Na mesma ocasião, 32 frigoríficos foram reprovados devido a "pendências técnicas" e não obtiveram a habilitação para exportação.
Durante audiência pública na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, realizada na quarta-feira (2/5), Fávaro afirmou que praticamente todas as plantas devem atender aos critérios na próxima auditoria. "Na hora que der um lote de 10, 15 ou 20 frigoríficos, faremos uma nova auditoria e tenho certeza que esse número se ampliará. Praticamente todas as plantas estão aptas", disse o ministro.
Fávaro também destacou a expectativa de que a Organização Mundial de Saúde Animal (Omsa) reconheça o Brasil como zona livre de febre aftosa sem vacinação em 2025, permitindo o acesso a mercados mais remuneradores, como Japão e Coreia do Sul. "O Japão paga 20% mais que qualquer país do mundo, e hoje compra da Austrália e dos Estados Unidos, de países com garantia sanitária e preços mais acessíveis. No Brasil, os preços mais acessíveis para eles serão muito remuneradores para nós", afirmou.
Segundo o ministro, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, irá ao Chile em breve, onde o país sul-americano deverá anunciar alguma medida relacionada ao reconhecimento de áreas do Brasil como livres de aftosa sem vacinação. "Teremos boas notícias para a agroindústria do Paraná", disse Fávaro na audiência.
Fá também defendeu a formalização do acordo de livre comércio entre Mercosul e União Europeia, mas ressaltou que o Brasil não se submeterá a exigências que extrapolam as leis nacionais. "Se forem exigir para que possam fazer negócios com produtores brasileiros, que procurem outro lugar para comprar", afirmou.