Em março, o preço médio do leite no Brasil, segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Esalg/USP, foi de R$ 2,3290 por litro, um aumento de 4,1% em relação ao mês anterior. No entanto, esse valor representa uma queda de 20,3% em comparação com o mesmo período do ano passado, ajustado pela inflação. Apesar disso, o preço ao produtor registrou um crescimento real de 12,9% no primeiro trimestre de 2024, embora ainda esteja 21,7% abaixo do registrado no mesmo período de 2023.
Esse aumento consecutivo pelo quinto mês é atribuído à diminuição da oferta devido a condições climáticas desfavoráveis e à redução de investimentos pelos pecuaristas no último trimestre. O Índice de Captação Leiteira (ICAP-L) do Cepea também mostrou uma queda de 2,5% de fevereiro para março, acumulando uma redução de 7,5% no trimestre.
A competição entre laticínios e cooperativas intensificou-se na busca por fornecedores para manter o suprimento de matéria-prima. Enquanto isso, a valorização do leite cru não se refletiu com a mesma intensidade no preço dos derivados lácteos. De acordo com o Cepea, em São Paulo, o leite UHT e o queijo muçarela no atacado subiram 3,9% e 0,3% respectivamente em março.
O consumo ainda restrito impacta os preços finais, com os distribuidores pressionando por reduções. Comparando o primeiro trimestre de 2024 com o mesmo período do ano anterior, a queda nos preços do UHT e da muçarela foi de 10,4%,
Além disso, as importações de produtos lácteos continuam relevantes, embora tenham diminuído. Em março, houve uma queda de 3,3% em relação a fevereiro, mas o volume importado foi 14,4% maior que em março do ano passado. No primeiro trimestre, as importações somaram quase 577,5 milhões de litros, um aumento de 10,4% em relação ao mesmo período de 2023.
Agentes do mercado preveem que o ritmo de aumento no preço do leite ao produtor possa desacelerar em abril.