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De acordo a investigação, o esquema era chefiado pelo ex-CEO da companhia, Miguel Gutierrez. Fraudes foram estimadas em R$ 25 bilhões. Miguel Gutierrez, ex-CEO da AmericanasGloboNews/ReproduçãoA Polícia Federal indiciou e o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (31), 13 ex-executivos e ex-funcionários por fraudes na Americanas, estimadas em R$ 25 bilhões. O esquema envolvia, segundo a investigação, uma série de manobras para inflar artificialmente os lucros da companhia e manipular o mercado de capitais. Foram denunciados: Miguel Gutierrez (ex-CEO da Americanas)Anna Saicali (ex-CEO da B2W, responsável pela área digital)Thimoteo Barros (vice-presidente)Marcio Cruz (vice-presidente) Carlos Padilha (ex-diretor)João Guerra (ex-diretor)Murilo Corrêa (ex-diretor)Maria Christina Nascimento (ex-diretor)Fabien Picavet (ex-diretor)Raoni Fabiano (ex-diretor)Luiz Augusto Saraiva HenriquesJean Pierre Lessa e Santos FerreiraAnna Christina da Silva SoteroO g1 tenta contato com os citados.Os crimesOs 13 era investigados por associação criminosa, mas acabaram denunciados por organização criminosa – o que aumenta a pena em caso de condenação. Os crimes de falsidade ideológica e manipulação de mercado também foram imputados a todos. Nove dos investigados foram ainda denunciados por uso de informação privilegiada (só Murilo, Luiz Augusto, Carlos Padilha e Fabien não foram).Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF e à recuperação judicial de R$ 50 bilhõesRelembre a fraudeAmericanas: entenda a fraude que levou à operação da PFA gigante varejista Americanas informou um rombo contábil bilionário no dia 11 de janeiro de 2023. Naquele momento, a companhia disse que havia identificado "inconsistências em lançamentos contábeis" nos balanços corporativos no valor de quase R$ 20 bilhões.Sergio Rial, então presidente da empresa e quem assumiu após a saída de Miguel, decidiu deixar o comando do negócio após apenas nove dias no comando.Os investidores — pessoa física e institucionais — iniciaram uma corrida para se desfazer dos papéis. Isso fez com que as ações da companhia despencassem quase 80% em um único dia, e a fuga continuou nos pregões seguintes.Em uma conferência após sua demissão, Rial disse "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos", disse.No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas pediu a recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e teve suas ações retiradas da B3. A primeira versão do plano de recuperação foi apresentada em março, mas a empresa só teve um plano aprovado em 19 de dezembro daquele ano, exatamente 11 meses depois.A dívida final apresentada no plano foi de mais de R$ 50 bilhões, sendo uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.O processo de recuperação envolveu um aporte de R$ 12 bilhões dos "acionistas de referência" — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles — e a venda de ativos, inicialmente o Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co (empresa de franquias das marcas Imaginarium e Puket). Veja mais detalhes aqui.