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Economia

Leilão de veículos do Detran-SP tem Corolla mais barato que iPhone, e Peugeot 207 a R$ 900

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Leilões públicos e privados costumam ter preços bem abaixo da tabela e podem ser oportunidade para trocar de carro, mas há pontos de atenção para que o comprador faça uma boa escolha. Veja a lista e dicas antes de dar seu lance. Leilão de veículos feito pelo Detran-SP

divulgação/Governo de São Paulo

O Departamento Estadual de Trânsito de São Paulo (Detran-SP) divulgou a agenda de próximos leilões de carros e motos, com lances iniciando em R$ 200 por uma Honda C100 Biz e alcançando R$ 55 mil para levar uma Fiat Strada Volcano.

O leilão acontece a partir da próxima segunda-feira (24), na cidade de Jundiaí (SP). A oferta é de carros e motos recolhidos por infração nas vias da região.

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Como funcionam os leilões

Neste leilão, existem:

???? 147 veículos aptos a circular;

?? 250 sucatas com motor ainda podendo ser aproveitado;

???? 27 sucatas com motor condenado, mas podendo servir como peças sobressalentes para outros veículos;

?? 7 sucatas para fundição e reciclagem.

Segundo o edital do leilão, um carro apto a circular significa que ele pode retornar a andar em via pública, ficando o comprador responsável pelo registro do veículo perante o órgão ou entidade executivo de trânsito, com o pagamento das respectivas taxas.

O Detran-SP não é responsável pelas peças e afirma que o comprador já está ciente da situação mecânica do veículo, não aceitando posteriores reclamações.

Neste leilão, a Honda CG 150 Titan de 2006 é a moto mais barata, com lance mínimo de R$ 1.200. Já o carro mais em conta é um Chevrolet Corsa Super de 2000, com lance partindo de R$ 900.

A visitação pública dos lotes de veículos está aberta até esta sexta-feira, das 9h às 16h. A sessão pública para lances acontecerá no dia 24.

Toyota Corolla de 2003, com lance mínimo de R$ 12.300, mais barato que o iPhone 16 Pro Max (a partir de R$ 12.499)

divulgação/Detran-SP

Veja outros destaques do leilão

Honda CB 1000R

Lance inicial: R$ 12.600

Chevrolet Celta de 2013

Lance inicial: R$ 9.200

Fiat Strada Volcano de 2023

Lance inicial: R$ 55.000

Ford Ecosport de 2012

Lance inicial: R$ 16.000

Hyundai HB20 de 2014

Lance inicial: R$ 22.600

Mitsubishi Pajero TR4 de 2007

Lance inicial: R$ 12.000

Toyota Corolla Altis de 2012

Lance inicial: R$ 29.000

Renault Clio de 2008

Lance Inicial: R$ 3.500

Ford Edge V6 de 2012

Lance inicial: R$ 17.500

Chevrolet Vectra Elegance de 2007

Lance inicial: R$ 10.600

Fiat Strada Volcano, em leilão em Jundiaí

divulgação/Detran-SP

Cada leilão conta com até quatro dias de duração, sendo que o primeiro deles é reservado para veículos aptos a circulação. O lance mínimo é o valor de partida para as ofertas.

A avaliação estimada para cada veículo é calculada com base nos valores praticados pelo mercado e no estado de conservação da unidade.

Os leilões são abertos a todas as pessoas e empresas, mas são vedadas as participações de:

Servidores do Detran-SP e parentes de servidores até o segundo grau;

Leiloeiro, seus parentes até segundo grau e membros de sua equipe de trabalho;

Proprietários, sócios e/ou administradores dos pátios terceirizados, licitados ou conveniados onde se encontram custodiados os veículos, seus parentes até segundo grau e os membros da equipe de trabalho;

Pessoas físicas e jurídicas impedidas de licitar e contratar com a administração, sancionadas com as penas previstas nos incisos III e IV do art. 156 da Lei federal nº 14.133, de 2021 ou, ainda, no art. 7º da Lei federal nº 10.520, de 17 de julho de 2002.

Veja dicas para participar de leilões

Como em qualquer leilão, é preciso analisar minuciosamente cada item para saber qual faz sentido na sua garagem. Para te ajudar, o g1 reuniu as principais dicas e as opiniões de especialistas para que você tome a melhor decisão.

Existem dois tipos de leilões: os particulares e os públicos. A primeira pergunta que o consumidor pode se fazer é: de onde vêm esses veículos?

Os leilões públicos costumam ofertar modelos que foram apreendidos ou abandonados. De acordo com Otávio Massa, advogado tributarista, esses veículos têm origem em operações de fiscalização aduaneira e foram retidos por questões legais, fiscais ou por abandono em recintos alfandegados.

Existem também os carros inservíveis de órgãos públicos, como os que já não têm mais utilidade para o propósito governamental e são vendidos para reutilização ou como sucata.

"Os veículos são vendidos no estado em que se encontram, sem garantias quanto ao seu funcionamento ou condições, e o arrematante assume todos os riscos", explica Massa.

Em meio aos riscos, há excelentes preços. Porém, existe um passo a passo para verificar o estado do carro, que vamos falar adiante.

Diferentemente das revendas oficiais ou multimarca, não é oferecida uma garantia para o produto. É nesse momento que o consumidor tem que ligar o alerta: produtos de leilões particulares podem ter garantia para apenas alguns itens. Os públicos, por sua vez, não têm garantia.

Por isso, é importante checar se é possível fazer uma vistoria presencial no modelo antes de pensar no primeiro lance.

Luciana Félix, que é especialista em mecânica de automóveis e gestora da Na Oficina em Belo Horizonte, lembra ainda que a burocracia pode ser um grande empecilho para o uso do item leiloado. Um exemplo que ela cita é o de um carro aprendido, que pode ter problemas na documentação.

"Esses carros já vêm com burocracias devido ao seu histórico. (...) Às vezes, são carros que necessitam de uma assistência jurídica. Você tem que contratar um advogado para fazer toda a baixa dessa papelada", alega a especialista.

Leilões particulares

De acordo com a especialista em mecânica automotiva Luciana Félix a maioria dos pregões particulares oferece carros de seguradoras (geralmente de sinistros, com perdas totais ou parciais), de locadoras, e de empresas com pequena frota, que colocam a antiga para leilão quando precisam fazer a substituição.

Simplificando o conceito:

????Leilões particulares: frotas de empresas, devoluções de leasing, de seguradoras

????Leilões da Receita Federal: apreendidos, confiscados ou abandonados.

Tipo de compra

Segundo Ronaldo Fernandes, especialista em Leilões da SUIV, empresa que possui um banco de dados de peças automotivas, é fundamental entender que existem duas maneiras de adquirir automóveis ofertados em leilões: para restaurar ou utilização; e aqueles voltados exclusivamente para empresas de desmanche legal.

"Não há um tipo específico de veículos que vai a leilão, mas é muito importante verificar qual o tipo de venda que está sendo oferecida para o veículo de interesse, pois alguns veículos poderão circular normalmente e outros servirão somente para desmonte ou reciclagem devido à sua origem", afirma Fernandes.

Nos casos em que os carros são vendidos para desmanches, a origem deles se dá por conta do tamanho do sinistro. "Dependendo do tamanho do sinistro, o automóvel só poderá ser vendido como sucata, ou seja, sem documentação para rodar novamente", afirma Fernandes.

Critérios para venda

Segundo o advogado tributarista Otávio Massa, os critérios para que um carro vá a leilão incluem:

Valor comercial: veículos com valor residual significativo que justifique a venda;

Condição recuperável: mesmo que parcialmente danificados, se ainda tiverem peças reutilizáveis ou puderem ser reparados;

Procedimento legal: veículos apreendidos ou abandonados que legalmente devem ser vendidos em leilão público.

Resumindo, o que define se um veículo vai ser leiloado é o quanto ele ainda pode despertar o interesse financeiro de novos compradores. Thiago da Mata, CEO da plataforma Kwara, afirma que é feita uma avaliação prévia para determinar o valor a ser cobrado.

"Normalmente, ativos que possuem débitos superiores ao seu valor de mercado são considerados sucata e vão para descarte. Da mesma forma, veículos cujo estado de conservação seja muito crítico podem ter o mesmo destino para que possam ser aproveitadas as peças", argumenta.

Otávio Massa corrobora com a visão de da Mata ao afirmar que "não há uma porcentagem mínima específica estabelecida por lei, mas o critério principal é se o veículo tem valor comercial residual. Veículos sem valor ou severamente danificados podem ser descartados".

Carros, caminhões, ônibus e outros modelos destinados a desmanche têm seus respectivos números de chassis cancelados. É como se o automóvel deixasse de existir.

Prudência e dinheiro no bolso

De acordo com Thiago da Mata, da Kwara, inspecionar o veículo é de suma importância. Afinal, os carros podem ter distintos estados de conservação, o que tem que entrar na lista de preocupações de quem participa de um pregão.

"[Os veículos] podem tanto estar em bom estado de conservação, como também é possível que tenham ficado em pátio público durante um período de tempo importante", afirma.

Os carros podem ter marcas provocadas pelo período em que ficaram expostos ao clima: pintura queimada, oxidação da lataria, manchas provocadas pela incidência solar. E esses reparos também precisam entrar no planejamento financeiro do comprador.

Idealmente, a inspeção deve ser feita de forma presencial, segundo os especialistas consultados nesta reportagem.

Ao verificar um carro, por exemplo, é preciso verificar tudo: bancos, painéis de porta, console central, volante, conferir os equipamentos, a quilometragem, ligar o carro, abrir o capô, checar a existência de bateria de 12V e, se possível, levar um especialista ou mecânico de confiança para checar as partes técnicas e prever possíveis custos extras com manutenção.

Luciana Félix, que é especialista em manutenção, diz que o consumidor precisa ver até o histórico de manutenção, se possível. E documentar tudo com fotos.

"Comprar carros em leilão é tipo um investimento de risco, você pode se dar muito bem ou muito mal, pois você não poderá andar com o carro para saber como está o seu motor ou câmbio, pois todos os veículos estão lacrados", argumenta a proprietária da Na Oficina.

É importante ressaltar que essa é a mesma verificação que se faz ao comprar um automóvel usado, seja presencial ou via marketplace: deve ser feita uma avaliação técnica, além de checagem da quilometragem rodada e documentação do ativo.

"Importante que seja feita a verificação de débitos ou algum tipo de bloqueio para venda, pois a responsabilidade por estes pagamentos pode ser diferente de leilão para leilão. Estas informações devem estar presentes no Edital, que deve ser lido com atenção antes que qualquer lance seja dado", alerta Thiago da Mata, da Kwara.

Quando a compra é feita pela internet e não existe a possibilidade de visitar o produto, é indicado solicitar uma vídeo-chamada para fazer essa inspeção. Não é o ideal, mas já ajuda a verificar o estado do carro, mesmo que seja à distância.

O que verificar:

Documentação: incongruências jurídicas;

Custos para regularização;

Estado de conservação do carro;

Custos para restauro;

Condições de compra;

Inspeção mecânica e de equipamentos.

Assim, se você vai participar de um leilão pela primeira vez, atente-se para os seguintes passos.

Estude: leia o edital e entenda as regras do leilão;

Verifique a procedência: se certifique que o veículo não tem pendências legais;

Defina um orçamento: estabeleça um limite máximo de gastos;

Inspecione: se possível, veja o veículo pessoalmente ou solicite um relatório detalhado;

Experiência: participe de leilões menores para entender a lógica de funcionamento.

?? LEMBRE-SE: Utilize apenas canais oficiais para se comunicar com o leiloeiro e verifique sempre a autenticidade das mensagens. Evitar fraudes já é um bom começo.

G1

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