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Equipe econômica estima que o PIB terá crescimento de 2,3% neste ano, mais fraco do que no ano passado, e que a inflação somará 4,9%, acima do teto do sistema de metas de inflação. As informações constam no Boletim Macrofiscal, da Secretaria de Política Econômica (SPE). Ministro da Fazenda, Fernando HaddadRicardo Stuckert/PRA Secretaria de Política Econômica (SPE) do Ministério da Fazenda estimou que a economia brasileira terá desaceleração neste ano, com crescimento menor, mas que isso não impedirá um novo estouro da meta de inflação. As informações constam no Boletim Macrofiscal, divulgado nesta quarta-feira (19).Para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano, a projeção permaneceu em 2,3% de alta, o que configura, se confirmado, uma expansão menor do que a registrada no ano passado — quando a economia teve expansão de 3,4%."Após aceleração da atividade no primeiro trimestre na margem, o PIB tende a desacelerar, ficando próximo da estabilidade no segundo semestre. Por setor produtivo, projeta-se expansão de 6% para o setor agropecuário, de 2,2% para a indústria e de 1,9% para o setor de serviços [em 2025]. Para os anos seguintes, projeta-se crescimento próximo a 2,5%", informou o Ministério da Fazenda.A desaceleração da economia esperada pela área econômica acontece em meio a um processo de alta dos juros básicos da economia para tentar conter a inflação. Atualmente, a taxa Selic, fixada pelo Banco Central, está em 13,25% ao ano. Em termos reais, é a maior do mundo.Analistas esperam para esta quarta-feira que o juro básico suba mais ainda, atingindo 14,25% ao ano, com base em sinalizações do próprio Banco Central, que busca frear o ritmo de expansão da atividade para conter as pressões inflacionárias.Especialistas afirmam que atual política de gasto público do governo pode comprometer resultado sustentável da economiaInflação em alta e estouro da metaMesmo nesse cenário de alta do juro básico e de desaceleração da economia, o Ministério da Fazenda prevê novo estouro da meta de inflação em 2025. A Secretaria de Política Econômica elevou sua projeção para o IPCA, a inflação oficial, de 4,8% para 4,9%.Se confirmada a estimativa, haverá crescimento da inflação, que somou 4,83% em 2024.Pelo sistema de metas de inflação, o objetivo central é de 3% – e a meta será considerada cumprida se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Desde o início deste ano, o governo adotou o sistema de meta contínua. Se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida.Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos.O Banco Central prevê estouro da meta de inflação a partir de junho deste ano. "Frente às variações acumuladas em doze meses até fevereiro, a expectativa até o final do ano é de desaceleração nos preços de monitorados e alimentos, de estabilidade na inflação de serviços e de aceleração nos preços de bens industriais", avaliou o Ministério da Fazenda.Segundo a equipe econômica, as medidas para conter o avanço nos preços de alimentos podem contribuir para melhorar esse cenário, assim como a manutenção do câmbio em patamar mais próximo de R$ 5,80.