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Economia

Dólar abre em alta no último pregão do ano, ainda de olho em cenário fiscal

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Na última sexta, a moeda norte-americana subiu 0,26%, cotada a R$ 6,1932. O principal índice de ações da bolsa de valores fechou em queda de 0,67%, aos 120.269 pontos. Notas de dólar.

Murad Sezer/ Reuters

O dólar abriu em alta nesta segunda-feira (30), último pregão do ano, ainda de olho no cenário fiscal brasileiro e com investidores repercutindo novos dados das contas públicas.

Veja abaixo o resumo dos mercados.

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Dólar

Às 9h01, o dólar subia 0,11%, cotado a R$ 6,2000. Veja mais cotações.

Na última sexta-feira (27), a moeda norte-americana fechou em alta de 0,26%, cotado a R$ 6,1932.

Com o resultado, acumulou:

ganhos de 2% na semana;

alta de 3,21% no mês;

avanço de 27,63% no ano.

Ibovespa

O Ibovespa começa a operar às 10h.

Na sexta, o índice encerrou em baixa de 0,67%, aos 120.269 pontos.

Com o resultado, acumulou:

queda de 1,50% na semana;

perda de 4,30% no mês;

recuo de 10,37% no ano.

Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair

O que está mexendo com os mercados?

Em um dia de menor movimento nos mercados pelo fim de ano, investidores repercutiram os mais recentes dados econômicos.

O resultado do IPCA-15 veio abaixo do esperado, mas mostrou que a prévia da inflação encerrou 2024 acima da meta do Banco Central do Brasil (BC). A meta é de 3%, mas é considerada formalmente cumprida se a inflação oficial fechar o ano entre o intervalo de 1,50% e 4,50%.

Em relação ao mês anterior, quando a alta foi de 0,62%, o IPCA-15 de dezembro mostra uma desaceleração. O número também foi menor do que o resultado de dezembro de 2023, quando teve alta e 0,40%.

Em geral, a alta no mês foi puxada pelos grupos de Alimentação e Bebidas e Despesas Pessoais, principalmente, enquanto Habitação teve um alívio com a energia elétrica residencial.

Enquanto isso, os números da PNAD Contínua mostram que o o país atingiu a menor taxa de desocupação de toda a série histórica da pesquisa.

A queda da taxa em novembro foi de 0,5 ponto percentual (p.p.) em relação ao trimestre anterior, terminado em agosto, quando era de 6,6%. No mesmo período do ano passado, a desocupação atingia 7,5% da população em idade de trabalhar (14 anos ou mais).

Ao todo, 6,8 milhões de pessoas estão sem emprego no país, o menor contingente desde o trimestre encerrado em dezembro de 2014. Foi um recuo de 7% em relação ao trimestre anterior, e de 17,5% na comparação com 2023.

No Brasil, as preocupações com o quadro fiscal brasileiro e o noticiário político também continuaram na mira dos mercados. Nesta sexta, a Câmara enviou argumentos ao STF afirmando cumprir as regras atuais ao destinar emendas parlamentares. O ministro Flávio Dino, porém, ainda não se manifestou.

Mais cedo, o ministro deu um prazo de 10 dias para o governo federal explicar por que o Ministério da Saúde, estados e municípios ainda não estão adotando as regras adicionais de transparência para as emendas parlamentares na área de saúde.

Na quinta-feira, o presidente da Câmara, Arthur Lira, convocou os líderes da Casa para uma reunião por videoconferência para tratar da sucessão na mesa. A eleição deve acontecer em 3 de fevereiro.

Apesar de ser claro o incômodo dos líderes a respeito da decisão do ministro do Supremo, Flávio Dino, de suspender o pagamento de R$ 4,2 bilhões em emendas parlamentares, Lira informou ao blog da Ana Flor que "não há possibilidade de a Câmara fazer nada neste momento para reverter" a decisão.

Outra notícia que também ficou na mira dos investidores foi a entrevista do ministro das relações institucionais, Alexandre Padilha, à "CNN Brasil". O ministro fez um balanço do governo em 2024 e indicou as principais expectativas para 2025.

Segundo Padilha, a expectativa é que o Orçamento seja votado entre fevereiro e março.

"Estava tudo pronto para ser votado, mas o relator usou como argumento o fato de que as medidas que consolidam o marco fiscal têm de fato um impacto sobre o detalhamento do Orçamento e a consultoria técnica da Comissão precisava receber medidas primeiro e ver a sanção dela para, com esse detalhamento, poder recalcular o que for necessário", disse o ministro em entrevista.

Já do lado econômico, investidores repercutem a notícia de que o presidente Lula deve publicar um decreto presidencial nos próximos dias para corrigir o valor do salário mínimo no próximo ano. O valor deve subir dos atuais R$ 1.412 para R$ 1.518 em 2025.

Se confirmado o valor, o aumento será de R$ 106, o equivalente a uma alta de 7,5%. A correção vale a partir de janeiro, com pagamento em fevereiro do ano que vem.

Na semana passada, o Congresso concluiu a tramitação do pacote de cortes de gastos proposto pelo governo federal.

A ideia inicial era economizar R$ 71,9 bilhões nos próximos dois anos, e um total de R$ 375 bilhões até 2030. Segundo cálculos do Ministério da Fazenda, no entanto, as mudanças feitas pelo Congresso devem ter um impacto de R$ 2,1 bilhões, reduzindo a economia para R$ 69,8 bilhões.

Em café da manhã com jornalistas, na última sexta-feira (20), o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as mudanças feitas pelos parlamentares não comprometem a conta final feita pelo governo.

"Fala-se em 'desidratação', mas havia expectativa de parte dos analistas que poderia haver 'hidratação' [aumento da potência dos cortes de gastos]. Os ajustes feitos na redação não afetam o resultado final. Mantém na mesma ordem de grandeza os valores encaminhados pelo Executivo", afirmou Haddad.

O mercado, mais uma vez, contesta os números. Para a XP Investimentos, o potencial de economia fiscal recuou de R$ 52 bilhões para R$ 44 bilhões.

"Apesar da direção correta, vemos o pacote como insuficiente para garantir o atingimento das metas de resultado primário e, principalmente, a manutenção do limite de despesas do arcabouço fiscal nos próximos anos", diz um relatório da empresa.

O governo precisa reduzir os gastos porque tem uma meta de zerar o déficit público pelos próximos dois anos — ou seja, gastar o mesmo tanto que arrecada em 2024 e 2025. O arcabouço também estipula que o governo deve começar a arrecadar mais do que gasta a partir de 2026, para controlar o endividamento público.

Mas os agentes financeiros já não esperam grande eficácia das medidas para controlar o endividamento público, e declarações recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao Fantástico reforçaram a percepção de que o governo não pretende avançar muito na contenção de despesas.

O mercado tinha a expectativa de que o governo mexesse em gastos estruturais nesse pacote de corte de gastos — como a Previdência, benefícios reajustados pelo salário mínimo e os pisos de investimento em saúde e educação. Mas isso não aconteceu.

Segundo os analistas, essas despesas tendem a subir em velocidade acelerada e têm potencial de anular esse esforço do pacote em pouco tempo. O governo, contudo, é avesso às medidas, que mexeriam com políticas públicas e com promessas de campanha do presidente Lula.

Segundo o blog do Valdo Cruz, interlocutores do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, avaliam que o governo precisa dar uma sinalização mais forte na área fiscal, incluindo o anúncio de medidas adicionais às já anunciadas, para reverter de vez o cenário negativo que reina no mercado neste fim de ano.

*Com informações da agência de notícias Reuters

G1

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