O PIB do Brasil — soma de todas as riquezas que o país produz — subiu 0,9% no terceiro trimestre, na comparação com os três meses anteriores. O resultado veio acima do previsto no mercado e colocou o Brasil como um dos países de maiores crescimentos econômicos do trimestre.
Em um cenário desses, é natural imaginar que tudo vai bem na economia. Mas a situação não é exatamente assim. Tanto que, nas próximas semanas, o principal objetivo do governo vai ser aprovar no Congresso um pacote de cortes de gastos para os próximos anos. A expectativa é de uma economia de R$ 375 bilhões até 2030.
Abaixo você vai entender por que a economia cresce, mas o governo tem que frear os gastos.
Meta fiscal
Pela regra do arcabouço fiscal — a âncora fiscal do país, aprovada pelo Congresso e sancionada pelo governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva no ano passado — as despesas do governo só podem crescer atreladas a uma proporção do crescimento das receitas. Assim:
?? O governo tem uma meta de resultado primário a cumprir. Resultado primário é o que sobra nas contas públicas após descontar as despesas das receitas. Para 2024, por exemplo, a meta é zero. Ou seja, receitas empatadas com despesas.
??Só que existe um intervalo de tolerância (para mais ou para menos) para esta meta, que é de 0,25% do PIB. Assim, em 2024, o governo pode atingir um déficit fiscal (despesas maiores que receitas) de R$ 28 bilhões. Mesmo assim, a meta estará mantida
?? Essa é justamente a previsão para as contas públicas de 2024. Um déficit de R$ 27,7 bilhões. Ou seja, no limite da meta.