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Economia

Governo prevê aumentar arrecadação federal em R$ 8 bilhões por ano com nova MP; entenda

Medida Provisória (MP) foi publicada na última quinta-feira (3) e prevê a cobrança de um imposto mínimo de 15% sobre o lucro de empresas multinacionais com receitas anuais de 750 milhões de euros ou mais.


Foto: Terra
Medida Provisória (MP) foi publicada na última quinta-feira (3) e prevê a cobrança de um imposto mínimo de 15% sobre o lucro de empresas multinacionais com receitas anuais de 750 milhões de euros ou mais. O governo afirmou nesta sexta-feira (4) que pretende aumentar a arrecadação federal em até R$ 8 bilhões com a nova medida provisória (MP).

Publicada na véspera em uma edição extra do Diário Oficial da União (DOU), a medida estabelece um imposto mínimo de 15% sobre o lucro de empresas multinacionais que tenham registrado receitas anuais de 750 milhões de euros ou mais, em pelo menos dois dos quatro últimos anos fiscais.

A medida visa adaptar a legislação brasileira às Regras Globais contra a Erosão da Base Tributária, também conhecidas como Regras GloBE. (Entenda mais abaixo)

Segundo o diretor da Secretaria Extraordinária da Reforma Tributária no Ministério da Fazenda, Daniel Loria, a medida passa a valer a partir de janeiro de 2025, mas só deve começar a ter um impacto orçamentário em 2026, aumentando gradativamente nos anos seguintes.

A estimativa é de um aumento de:

R$ 3,4 bilhões em 2026;

R$ 7,2 bilhões em 2027; e

R$ 7,7 bilhões em 2028.

"Quando isso entrar em uma estabilidade, [a estimativa é que a nova regra] vai arrecadar em torno de R$ 8 bilhões por ano", afirmou durante coletiva feita com jornalistas nesta sexta-feira, destacando que este é um cálculo "conservador" .

De acordo com o secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, a previsão é que esse adicional seja aplicado a aproximadamente 290 grupos empresariais que têm atuação no Brasil, cada um deles com faturamento global superior a 750 milhões de euros. Desse total, em torno de 20 são nacionais.

A cobrança dessa alíquota será feita por meio de um adicional da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL).

As Regras GloBE são parte do Projeto BEPS, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) – um conjunto de ações voltada para diminuir ou até impedir a erosão da base tributária e o desvio de lucros.

O acordo é conhecido como Imposto Complementar Mínimo Doméstico Qualificado (QDMTT, na sigla em inglês) e já envolve mais de 140 países.

Pilares da OCDE

As regras, criadas em coordenação com o Grupo dos 20 (G20, que reúne as 20 maiores economias do mundo) para a cooperação tributária internacional, trazem dois pilares principais.

O primeiro é voltado para distribuir os direitos de tributação internacional entre os países. Já o segundo é voltado para impedir a erosão da base tributária e o desvio de lucros. Para isso, estabelece o recolhimento de pelo menos 15% do imposto sobre a renda de grupos multinacionais que possuam um volume de negócios global anual igual ou superior a 750 milhões de euros.

As Regras GloBE foram pactuadas em 2021, mas só começaram a ser implementadas em 2023.

Esta reportagem está em atualização.

G1

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