No encontro, líderes e chefes de Estado debatem a revisão do tratado global sobre conservação da vida selvagem e dos habitats, além de novas propostas para melhoria da conectividade ecológica e enfrentamento às ameaças de extinção de espécies migratórias como baleias, tubarões, arraias, peixes de água doce, tartarugas pássaros e muitos outros.
Segundo a secretária-executiva da convenção, do Programa da ONU para o Meio Ambiente (PNUMA), Amy Fraenkel, a escolha de um país tão biodiverso como o Brasil, especial a cidade de Campo Grande, é uma oportunidade para fortalecer a cooperação internacional e adotar medidas transformadoras. "Animais migratórios conectam o planeta, cruzando continentes, oceanos e céus em jornadas incríveis a cada ano, mas eles estão enfrentando pressões sem precedentes", destacou.
O risco imposto pela urgência climática à vida selvagem também representa uma ameaça ao funcionamento de ecossistemas, já que as espécies migratórias são indicadores de saúde ambiental.
Para a ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), Marina Silva, ter o Pantanal como cenário para esse diálogo internacional reforça o compromisso do Brasil com a proteção da biodiversidade. "Neste contexto de grande instabilidade no multilateralismo, reafirmo a forte intenção do Brasil de construir um futuro sustentável, justo e inclusivo, e apelo a todos para que façam da COP15 no Pantanal um evento de sucesso", declarou após o anúncio oficial, na última quarta-feira (26).
O Brasil integra a Convenção sobre a Conservação das Espécies Migratórias de Animais Selvagens (CMS, na sigla em inglês) desde 2015. Em nota divulgada pelo secretariado da convenção após o anúncio, o Pnud reconhece os avanços alcançados pelo Brasil na salvaguarda de sua excepcional biodiversidade migratória por meio da colaboração com acordos internacionais de conservação e rigorosas políticas domésticas.
"As espécies [em perigo de extinção] do Apêndice I do CMS, das quais o Brasil é um estado de distribuição, se beneficiam da extensa rede de conservação do Brasil e da cooperação regional proativa sob a estrutura do CMS", destaca.
Para o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Mauro Pires, a escolha de Campo Grande representa o reconhecimento internacional da importância vital do Pantanal para o planeta e também um poderoso chamado à ação.
"É um apelo urgente à consciência coletiva em defesa da vida e da natureza, que nos envia sinais claros sobre os imensos desafios ambientais que enfrentamos", diz,
O fórum ocorrerá alguns meses após a COP30, prevista para novembro de 2025, em Belém (PA), na Amazônia. A secretária nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos Animais do MMA, vê como positivo o prolongamento do diálogo global com a realização de duas COPs em um espaço curto de tempo.
"A biodiversidade e as espécies migratórias dependem da ação coletiva dos países e o Pantanal será o cenário ideal para reforçar essa cooperação, conclui.
Agência Brasil